Virou
Autor: Gerson Lopes Alencar
Data da publicação: julio 25, 2016

As ONGs que trabalham diariamente para cobrir a assistência alimentar

A necessidade é o fator comum pelo qual centenas de pessoas se vêem obrigadas a frequentar as salas de bairro, estas não discriminam por idade e são os espaços em que, talvez, você possa receber seu único prato de comida do dia.

Dois referentes distintos espaços que dia a dia trabalham em seus bairros, com a missão de dar um prato de comida aos vizinhos que assim o necessitam. Por um lado, Jorge Jourdan, coordenador do Movimento Dos Sem-Teto, foi o testemunho do trabalho que a organização leva adiante através de seus jardins. A cifra é forte, surpreende e preocupa, 5.000 meninos recebem uma porção de alimentos vindos desta entidade. Por outro lado, a presidente da Associação Civil Cebollitas de Loyola Sul, Alicia Boulacio deu seu testemunho sobre a realidade em que cabe evidenciar diariamente nas instalações do refeitório localizado no Zapata Goyán 8325, onde cada vez mais as pessoas recorrem para ter um prato de comida.

Contribuições econômicas

Em ambos os casos, recebem contribuições econômicas tanto pelo lado do país, como dos Estados, no entanto, estes apenas são suficientes para cobrir a demanda de alimentos. Dois casos e uma mesma realidade que preocupa e deve ser não apenas atendida, mas determinada.

Jorge Jourdan, coordenador dos Sem-Teto, confirmou que a entidade consegue alimentar um total de 5.000 garotos da cidade que frequentam os jardins da organização. Apesar de contar com um número limitado este ano conseguiram abrir mais dois, tanto na Fiação Oeste, como Sul, onde a organização está construindo planos de habitação. «Há demanda de pessoas que precisam de alimentação e pessoas que não recebem, às vezes, a mínima ajuda, como uma xícara de café ou de alimento», descreveu Jourdan sobre a grave situação que atravessa esse setor da população.

As contribuições são feitas a partir dos diferentes órgãos governamentais que apenas alcançam a demanda de alimentos e supera a colaboração que se recebe uma vez que as atualizações das posições ficam velhas em relação aos custos que se devem enfrentar para a compra da mercadoria. «Os valores recebidos são atualizados uma vez por ano. No primeiro semestre recebemos a mesma quantidade de dinheiro que o ano passado, com o consequente atraso que tivemos em relação aos custos», disse o líder do movimento. Esta situação obrigou a suprir com doações e outros aportes das diferenças a cobrir.

«A demanda de pessoas procurando ajuda para comer é importante, este ano piorou com o aumento dos custos», disse Jourdan. A preocupação hoje se concentra no estado nutricional das crianças. Apesar de que há uma assistência constante e não hesita em afirmar que «baixou a guarda».

Desnutrição

«Parece que é pecado falar de desnutrição ou baixo peso, um indicador de alerta para os pais, que muitas vezes não conseguem certificar-se e fornecer a quantidade diária de alimentos indicada, descreveu o coordenador que diariamente trabalha nos refeitórios.

A constância não é regra e, quando chove, muitos ficam para dormir. «Socialmente há medo de dizer que estão desnutridos, ele começa a fazer a ligação com outros nomes, como uma forma de ir tapando problemas sociais que persistem, isso é o que vemos», contou Jourdan. Diante disso, demanda muito mais trabalho do que as mães participem dos controles que Os Sem-Teto realizam através de seu programa de nutrição em doze centros de saúde. «Às vezes, preferem o fornecimento em casa, mas o serviço é para que venham ao nosso local. Preferimos que os atendimentos sejam em nosso espaço e não que levem para a casa para que o alimento se diluir em todo o grupo familiar», descreveu o consultado sobre a realidade que se evidencia e se trabalha para evitar.

Os trabalhos demandam uma atenção diária de todos os integrantes do movimento Dos Sem Teto, dos coordenadores aos promotores de saúde. «Para fazer frente a essa demanda de alimento, há que ter um sistema de periodicidade e de assistência constante«, disse Jourdan, no entanto, destacaram que esse é o trabalho da organização, que desde muito tempo possuem um sistema de alimentação. «Mantém-se a quantidade de meninos que vêm para receber alimentação e em períodos de recessão e inflação, possivelmente, se sente mais. Mas a demanda se mantém», descreveu um dos integrantes do grupo Dos Sem-teto.

Nessa linha, o portal reflete uma realidade que alguns optam por olhar de soslaio: «Há um grupo rígido ou estrutural de pobreza em nossa cidade, que precisa da assistência social, de organizações para sobre viver, isso é uma realidade».

O trabalho de mães do bairro é um fator que Jourdan destacou antes de terminar a conversa, elas são as encarregadas de preparar os alimentos que são fornecidos todos os dias. Um trabalho totalmente voluntário, que se mantém de segunda a sexta-feira, desde 1 de janeiro até 31 de dezembro.» É uma constante que temos mantido, e se prende um pouco com a ajuda solidária, é algo que temos que tomar como positivo, já que permite que o serviço funcione».